Foto: Hugo Caramuru |
A Comissão Especial em Defesa do Transporte Ferroviário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) irá enviar à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ao governador Luiz Fernando Pezão um estudo de viabilidade econômica da retomada do trem de passageiros da linha conhecida como “Barrinha”, que liga Japeri à Barra do Piraí. Ontem, em reunião conjunta com a Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados, os parlamentares receberam representantes da ANTT, do Tribunal de Contas da União (TCU), do Movimento em Defesa dos Trens (MDT) e da MRS Logística, atual concessionária do trecho.
A comissão explicou que, de acordo com o atual contrato de concessão do trajeto, existe a possibilidade da operação de quatro trens de passageiros diariamente. O objetivo é levar o estudo de viabilidade para a ANTT e sensibilizar o governador da importância da ligação entre Região Metropolitana, Baixada Fluminense e Sul Fluminense.
De acordo com Sérgio Paixão, integrante do MDT, o levantamento foi feito em parceria entre o Movimento e a Universidade Federal do Rio de Janeiro entre 2002 e 2005, mas já vem sendo complementado com dados recentes. “Mesmo em atualização, ele já mostra ser viável economicamente. Além disso, é importante dizer que o transporte de passageiros vai além disso, pois ele interfere na estrutura geopolítica e econômica de uma determinada região”, explicou.
Concessão
Apesar da obrigação da permissão de uso do trajeto para transporte de passageiros, o contrato de concessão, feito em 1996, não determina que a MRS Logística, atual concessionária, seja a responsável pela operação do serviço, como explicou a Gerente Geral de Relações Institucionais da empresa, Rosa Cassar. “A MRS tem como objeto de concessão apenas o transporte de carga e só poderá disponibilizar faixas de domínio para que seja construída uma linha segregada de passageiros”, esclareceu.
Durante o encontro, o presidente da Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados, deputado Altineu Cortes (PMDB), criticou a influência das concessionárias na elaboração da renovação de contrato. “Esse contrato tem que atender a sociedade e faremos audiências em Brasília sobre o tema. As pessoas estão interessadas e vão ter a força da Comissão da Câmara”, declarou.
A linha
O trem da linha Barrinha, de 46 km de extensão, foi extinto em 1996, após um acidente gravíssimo envolvendo um trem de carga e outro de passageiro, que aconteceu meses antes da assinatura do contrato de concessão. Vinte anos após o ocorrido, o MDT e seus parceiros ainda reivindicam a volta do serviço por ser de extrema importância para a região. “Ele traz a possibilidade de alavancar o processo de desenvolvimento do Vale do Paraíba e a integração com a Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, comentou o professor aposentado Raul de Bonis, que participou da elaboração do estudo de viabilidade econômica junto ao Movimento.
Fonte: Jornal Destaque Baixada
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